A minha irmã acha que o que conto não são histórias, são estória. Ela diz que tudo acontece comigo. O fato é que as coisas que acontecem à minha volta não passam assim, tão despercebidas.E sempre relaciono estes acontecimentos a algumas situações pessoais do dia-a-dia, da vida.
Os cem dias de gratidão consiste não apenas em agradecer ao final do dia, mas tentar passar o dia sem se lamentar, sem reclamar, sem achar que tudo está perdido ou que é impossível.E vamos combinar que na atual situação que todos enfrentamos é uma luta não soltar uma lamúria de vez em quando.
Tento me manter firme nos meus propósitos.Creio em Deus e rezo, não tanto quanto deveria e nem todo dia.E por essas e outras que aquela mulher no parque faz parte da gratidão de hoje.
No meu caminho para o trabalho ou de volta para casa passo em um parque, que é estacionamento da prefeitura.Não gosto muito de passar por lá porquê é escuro, tem muitas árvores.E um dia saí mais tarde do que o normal. Ao passar no parque vi uma mulher de joelhos, debruçada num banco. Fiquei entre o espanto e a vontade de ir oferecer ajuda, achei que talvez ela estivesse passando mal.E como todos vivemos em alerta com tudo e com todos fiquei receosa. Mas sabia que se continuasse o meu caminho não iria tranquila.Atravessei um canteiro e me aproximei da senhora, perguntei se ela estava bem, se precisava de ajuda.Ela ergueu a cabeça, me olhou e respondeu que vinha conversando com Deus e que tinha sentido vontade de orar. Simplesmente ajoelhou e orou, no meio do parque quase dez horas da noite.fiquei sem graça de ter interrompido aquela oração.
E fiquei pensando, deito-me, às vezes, e nem sequer faço uma oração, aquela mulher desafiou o perigo da noite e orou, ali mesmo. Tenho vigiado mais os meus dias.
Àquela mulher vai a minha gratidão.
E este é o dia 3.
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