quarta-feira, 30 de julho de 2014

O re-encantamento do corpo



O re-encantamento do corpo

É como se de repente tivesse
despertado dum profundo sono
Passado toda uma existência
numa cegueira e surdez arquetípicas...

Como pude, por tanto tempo, viver desconectado?
portando um corpo que não me representasse;
fazendo dele a expectativa social,
fazendo com ele uma performance?
usando como máscara daquilo tão sagrado que sou?
encenando e pedindo por ele o apreço que deveria ter
dedicado e imposto à minha pessoa?

Quantas vezes meus encontros amorosos
 se fizeram só corporalmente.
Quantas vezes um corpo vazio, um coração solitário e
uma alma ausente...
Preocupada que estava em parecer o melhor

tenso, fechado, egocentrado me proibindo à entrega e a recepção (Continua.)

Texto cedido gentilmente por Sônia Alvarez- médica da infância, adolescência e medicina holística.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Crescer dói



Crescer não é fácil. Crescer dói. Crescer exageradamente e anatomicamente para cima e para os lados dói. Crescer emocionalmente dói. Profissionalmente. Pessoalmente
E para o bem ou para o mal, estamos em constante crescimento. É que a expectativa dessa evolução é angustiante, frustrante, decepcionante e em outras; emocionante e gloriosa.
Quando somos a criança olhamos para cima e vemos um adulto que não termina mais de tão grande. Adolescente desajeitado, almejamos sempre ter altura de modelos. E se o crescimento faz girar alucinado o ponteiro da balança, se não estivermos psicologicamente preparados, e nunca estamos, é angustiante. Então, ficamos da altura de um adulto, correndo atrás de muitos sonhos, tentando afastar os pesadelos e morrendo de vontade de voltar a ser criança, para o único sonho ser apenas  alto e ter sempre alguém para assoprar o machucado e secar as lágrimas.
Então somos adultos e precisamos continuar crescendo. Por que precisamos, por que a sociedade exige e por que geralmente temos alguém que precisa de nós para também crescer. Um filho por exemplo. 
E o caminho, às vezes, se faz tão tortuoso. Os obstáculos imensos, e as provações surpreendentemente grandes.
Mas, para frente que se anda. Jogue o sonho o mais alto que puder, se ele chegar à metade do caminho já terá vencido quase toda a partida.
Em frente. Sempre.